Acaba de ser preso o 6° suspeito em colocar fogo no interior paulista
Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo contabiliza prisões.
Até as 6h19 desta terça-feira (27), a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo contabilizava quatro prisões.
O governador Tarcísio de Freitas afirmou no programa CBN São Paulo, da Rádio CBN, que um dos presos na região de Ribeirão Preto "se identificou como integrante da organização criminosa PCC" e que isso será investigado.
Mas, de acordo com os boletins de ocorrência até o momento já foram identificado seis suspeitos em colocar fogo nos canaviais e matas da região. São eles:
Idoso de 76 anos, preso no sábado, em São José do Rio Preto
A primeira prisão aconteceu no sábado, quando um idoso de 76 anos foi detido após atear fogo em lixo em uma área de mata no Jardim Maracanã, em Rio Preto.
O suspeito foi abordado por policiais após uma denúncia de uma moradora, que conseguiu conter o fogo com o auxílio de um balde de água. Ela também relatou que recebeu xingamentos do idoso.
Mecânico de 42 anos, preso no domingo, em Batatais
No domingo (25), o mecânico Alessandro Arantes, de 42 anos, foi flagrado por policiais enquanto ateava fogo em uma mata próxima à região central de Batatais após uma denúncia anônima.
Segundo a polícia, ele já tem passagens por roubo e homicídio. Alessandro teve a prisão temporária convertida em preventiva na segunda-feira. Com ele, foi apreendida uma garrafa com gasolina, um isqueiro e o telefone celular.
Em vídeos encontrados no aparelho, ele comemorava incêndios de grandes proporções na região.
Homem de 27 anos, preso na segunda-feira, em Batatais
Ele não teve a identidade divulgada, mas foi a segunda pessoa na cidade identificada pela polícia por envolvimento em crimes ambientais.
Homem de 26 anos, preso na segunda-feira, em Guaraci
Um jovem de 26 anos foi preso em flagrante suspeito de atear fogo em um canavial na região rural de Guaraci (SP), na quarta-feira (21).
Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada por vizinhos que viram o suspeito ateando fogo no canavial em pontos diferentes, o que causou o incêndio na área rural.
O suspeito foi localizado e tentou fugir da polícia. Com ele foram encontrados dois isqueiros. O suspeito permaneceu em silêncio e não indicou familiares para avisar que foi preso.
A testemunha, um caseiro da propriedade rural, confirmou a presença do suspeito e que sabia quem ele era. Após ouvir as testemunhas e o suspeito, foi feita a prisão em flagrante. O caso foi registrado como incêndio.
Homem de 44 anos, preso na segunda-feira, em São José do Rio Preto
A câmeras de segurança flagrou a ação do suspeito. Crime ocorreu em São José do Rio Preto (SP).
O homem, de 44 anos, suspeito de atear fogo em um terreno no bairro Higienópolis, em São José do Rio Preto (SP), foi preso nesta segunda-feira (26). O crime aconteceu na última sexta-feira (23). O suspeito flagrado por uma câmera de segurança.
Segundo investigações da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o homem usa a motocicleta para trabalhar como entregador.
Em depoimento, ele confessou o crime e disse que jogou uma bituca de cigarro na área atingida, sem intenção de atear fogo no local.
A Rota do Turismo recebeu o vídeo que mostra o morador, em uma motocicleta, ateando fogo na área que fica ao lado do Parque Ecológico.
Pela imagem, é possível ver o suspeito saindo com a moto e, em seguida, o início das chamas.
Ele foi localizado no bairro Jardim São Francisco, com a moto usada no crime. O veículo foi apreendido.
O suspeito foi ouvido e vai responder em liberdade.
Ainda segundo a polícia, o homem tem passagens pelos crimes de por furto, lesão corporal e uma contravenção penal.
As investigações continuam.
Batatais/SP
E agora de manhã um homem foi flagrado ateando foto em Batatais/SP, numa área próxima a uma mata. A polícia foi chamada e levou o suspeito, que tem 8 passagens por furto, segundo a policia. Seu nome ainda não foi divulgado.
Denúncias anônimas
Todas as prisões foram feitas após denúncias anônimas. No caso de Rio Preto, o idoso ainda chegou a confessar aos policiais que tem o costume de queimar lixo. Ele foi ouvido e liberado.
Nos dois casos que aconteceram em Batatais, os suspeitos foram flagrados no momento em que ateavam fogo em dois terrenos, um na área central e um no Jardim Valenciano.
Fornecedores de cana
Em nota a Orplana - Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil informa que na sexta-feira (23) e sábado (24) foram identificados mais de 2,1 mil focos de incêndios, que resultaram em cerca de 59 mil hectares queimados em áreas de cana-de-açúcar e áreas de rebrota de cana e um prejuízo estimado de R$ 350 milhões.
O CEO da ORPLANA, José Guilherme Nogueira, reforça que “o prejuízo foi muito grande na cana em produção, na cana em pé e também na cana que estava em processo de brotação, que queimou a palhada. Percebemos uma redução na produtividade na ordem de 50%, até por essa perda de biomassa que acabou sendo incendiada. Com isso, já temos impactos diretos nos preços do etanol e do açúcar e no canavial do próximo ciclo”, afirma.
Crimes ambientais
Os incêndios causaram muitos transtornos a população do interior paulista, além de mortes e destruição.
Desde quinta-feira (22) até a manhã de domingo, 2.621 focos de incêndio foram registrados por satélites de referência do Banco de Dados de Queimadas - BDQueimadas , do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE , ocasionando acidentes e interdições nas estradas, devido à baixa visibilidade, cancelamento de aulas, atividades ao ar livre e jogos de futebol em Ribeirão Preto e fechamento do Aeroporto Leite Lopes.
Eventos foram cancelados.
Mas, o pior dessa tragédia está na mortes de duas pessoas em Urupês no combate as chamas, a morte de animais em propriedade rurais e nas matas de preservação ambiental e destruição do meio ambiente.
E na segunda feira foi contabilizado os prejuízos aos centros de pesquisa da região de Ribeirão Preto. O Instituto Agronômico (IAC), em Ribeirão, confirma que 70% de sua área destinada a pesquisas sobre o plantio de cana-de-açúcar foi consumida pelas chamas, o que equivale a 110 hectares.
Adriana Fagundes
Rota do Turismo
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