Comemoração de 10 anos da Fábrica Artesanal de Chá do Sítio Shimada tem visita ao chazal, degustação de chás, cardápio especial e aprendizado sobre o chá.
No dia 02 de novembro, a família Shimada vai comemorar os 10 anos da fábrica artesanal de chá, junto com escolas de ensino de chá no Brasil, sommeliers e entusiastas do chá.
O turismo rural é uma tendência no setor de viagens. Segundo a 2ª edição da pesquisa “Demanda Turismo Rural”, do Ministério do Turismo em parceria com a SPRINT Dados e a Rede Turismo Rural Consciente (Rede RDC), 74% dos turistas que buscam o segmento procuram o interior do país para contemplar a natureza.
É possível notar este crescimento em estados como Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Minas Gerais, lidera a lista, sendo o preferido de 42% de respostas.
O levantamento indica ainda que 50% dos turistas buscam destinos que possam proporcionar algum aprendizado. A tendência do interesse em experiências sustentáveis ganha destaque, sendo uma das ações que atraem 47% dos turistas.
De acordo com pesquisa da MindMiners, 61% dos brasileiros preferem viagens domésticas após a pandemia, e o turismo rural interno consequentemente foi impulsionado, especialmente em destinos no Sul e Sudeste. Estes dados reforçam a ideia de que o turista brasileiro ainda mantém o desejo por experiências autênticas próximas à natureza, em ambientes mais isolados e que possuem preocupação com sustentabilidade.
O chá no Turismo rural
O chá é uma das bebidas mais antigas e consumidas no mundo, depois da água. De acordo com a Euro Monitor International, 3,7 bilhões de xícaras de chá são consumidas no mundo, seja quente ou gelado, puro, com leite ou açúcar.
Muito apreciada pelos brasileiros, a bebida ganha cada vez mais espaço na gastronomia entre os chefs de cozinha, chefs pâtissieur, mixologistas e baristas. Esses profissionais vêm apostando no chá como ingrediente de receitas diversas. O matcha latte, por exemplo, virou moda nas cafeterias das grandes cidades.
Os principais fatores que impulsionam a demanda por chá é o aumento da conscientização sobre os benefícios para a saúde associados ao consumo de chá e o aumento da popularidade do chá de ervas. Ásia-Pacífico foi a região líder em 2023.
De acordo com a Associação Brasileira de Chá (abChá), a área cultivada no Brasil com a planta Camellia sinensis (planta do chá) soma cerca de 218 hectares, a produção gira em torno de 1,8 mil toneladas por ano e a principal região produtora é o Vale do Ribeira (principalmente a cidade de Registro).
Popularmente, no Brasil, costuma-se chamar de chá todas as bebidas infundidas a partir de plantas como hortelã, menta, cidreira e tantas outras. Porém, na Ásia, o nome chá é relacionado apenas a Camellia sinensis, também conhecida como planta do chá, e que de acordo com método de processamento, dá origem a 6 famílias de chá (verde, branco, amarelo, oolong e escuro). De forma técnica, as infusões da Camellia sinensis são chamadas de chá, e as de outras plantas, somente “infusões”.
Vale do Ribeira – região dos chazais
A produção de chás no Brasil é executada por apenas três famílias e uma empresa familiar de origem japonesa, e todas estão localizados no interior de São Paulo. A família Amaya produz chá preto, oolong e chá verde no estilo não-ortodoxo (folhas cortadas em processo industrial), além de blends e chá verde em pó. Na propriedade, localizada em Registro (SP), são cultivados 87 hectares de Camellia sinensis e a produção gira em torno de 90 toneladas de chá por ano.
Também em Registro, está localizado o Sítio Shimada. Produzem chá preto, verde, branco, preto defumado e o dourado, que é um chá preto especial feito apenas de brotos.
O Sítio tem certificação de orgânico pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A área do chazal é de 6 hectares e a produção, em torno de 500 quilos por ano.
A terceira fazenda produtora de chás no Brasil fica localizada na cidade de Sete Barras (SP). No Sítio Yamamaru, são produzidos chá verde feito 100% de forma manual (ortodoxo) e o chá preto (medalha de ouro no Concurso Brasileiro de Chás em 2023), no sistema agroflorestal. O chazal ocupa 20 hectares de agrofloresta e a produção chega a 60 quilos por ano.
A Yamamotoyama do Brasil está localizada na cidade de São Miguel Arcanjo (SP). A companhia é uma empresa japonesa criada em 1690 e que chegou ao Brasil em 1970, atraída pelo mercado aberto na ocasião.
A fazenda da companhia é a maior do segmento e mantém um chazal de 104,25 hectares. A produção anual das plantas chega a 1,530 toneladas por ano. Os cultivares japoneses Yabukita e Yutakamidori, assim como o maquinário, foram trazidos do Japão. Produzem chás verdes estilo japonês (sencha, bancha, genmaicha, hojicha). A maioria da produção é exportada para o Japão, Estados Unidos e Europa, e uma parte da produção orgânica leva selo do IBD – Associação de Certificação Instituto Biodinâmico.
Evento
Comemoração de 10 anos da Fábrica Artesanal de Chá do Sítio Shimada.
Em novembro faz 10 anos que Dona Ume Shimada, matriarca do Sítio Shimada, resgatou o chazal da família com suas próprias mãos, não permitindo que as plantas do chá fossem tiradas do seu terreno, recuperando a produção de chá preto, e dando início a um novo movimento de valorização do chá no Brasil, que se mantem vivo até hoje, pelas mãos de Teresinha Shimada (sua filha, atual Mestra de Chá e gestora do sítio).
No dia 02 de novembro, a família Shimada vai comemorar os 10 anos da fábrica artesanal de chá, junto com escolas de ensino de chá no Brasil, sommeliers e entusiastas do chá.
Este dia será um marco na história do chá nacional e do mundo, reverenciando os ancestrais que permitiram que o chá chegasse até aqui, e preparando uma nova era da história do chá no Brasil, com lançamento de produtos, comida deliciosa e muito chá.
No final do evento os participantes poderão se deslocar até o local da realização da cerimônia “Tooro Nagashi”, (tooro significa “lanterna de papel” e nagashi “levar-se ao vento”), que acontece todo ano, ao anoitecer do Dia de Finados representando a despedida – no Japão, lanternas brilhantes são identificadas com os nomes dos falecidos e lançadas na água com a finalidade de iluminar o retorno dos espíritos e propagar a paz.
Em Registro, o “Tooro Nagashi” é uma homenagem aos antepassados, - realizado também no Dia de Finados, 02 de novembro -, um culto ecumênico onde pequenos barquinhos iluminados por velas coloridas, feitos artesanalmente e com os nomes dos antepassados são soltos no Rio. Ao soltarem os barquinhos, os participantes da cerimônia iluminam o caminho dos espíritos e fazem pedidos de paz. Além da celebração religiosa, haverá comidas e danças típicas japonesas.
Serviço
10 anos da Fábrica Artesanal de Chá do Sítio Shimada e o marco da retomada da Teicultura no Brasil.
Programação:
Data: 02 de novembro de 2024
Horário: das 11h30 às 18h
- 11:30 – Recepção
Welcome drink e entrada
- 12:00 – Almoço
Menu especial harmonizado com chás do Sítio Shimada
- 13:00 – Apresentação/Homenagem
História de Ume Shimada e família
Lançamento dos novos chás especiais do Sítio Shimada com valores especiais
- 14:30 – Atividades em Grupo
Visita ao chazal, fábrica de chá, loja e exposição de fotos
- 17:00 – Parabéns!
Bolo comemorativo
18:00 – Deslocamento para o Tooro Nagashi (opcional)
O Tooro Nagashi
Programação sujeita a alterações
Está incluso no valor: todas as atividades e refeições no Sítio Shimada das 11:30 até às 18:00.
Não está incluso no valor: transporte, hospedagem, compras na lojinha, custos no Tooro Nagashi.
Fonte:
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