Turismo de experiência na Amazônia 

Nos últimos dias temos visto e ouvido relatos sobre a seca na Amazônia e a pergunta que nso cala, como os ribeirinhos e comunidades locais estão se virando.

Mas, como sempre digo, a Rota do Turismo sempre olha o lado positivo da situação e apresenta oportunidades para o brasileiro conhecer a realidade do  turismo regional e poder se envolver com a comunidade na geração de emprego e renda.

Nesse bate papo entre Adriana Fagundes e as empresárias Ana Taranto e sua mãe e Sócia, Tereza Taranto, você vai descobrir a comunidade baré e os desafios para aproveitar o turismo de experiência

CONEXÃO BARÉ NA SECA DA AMAZÔNIA 

A conexão promove ao turista uma vivência online da Braziliando com indígenas da Amazônia para gerar transformações positivas através de experiências imersivas e sustentável.

Iniciando sua atuação no ano de 2017, a Braziliando tem trabalhado  com comunidades tradicionais, como indígenas e ribeirinhas da Amazônia, promovendo o turismo de base comunitária, entre eles a aldeia do povo Baré que vive em uma Unidade de Conservação do Baixo Rio Negro, Amazonas, e vem sendo afetada com a severa seca que atinge a Amazônia nesse ano.

Entre tantas preocupações com os moradores locais, além dos impactos na biodiversidade, como a morte de botos e outros animais, a estiagem extrema também vem afetando os moradores locais, que estão praticamente isoladas.

Para os pescadores a perda é maior, sem sua principal fonte de renda.

De acordo com Ana Taranto, os  estudantes estão sem aulas e as consequências vão seguindo. A aldeia onde vive o povo Baré vem sofrendo com a dificuldade de locomoção, que levou inclusive à suspensão das vivências presenciais. Buscando contornar a situação, a Braziliando e a comunidade decidiram lançar uma edição inédita da vivência online e ao vivo Conexão Baré, que será realizado no dia 11 de novembro, às 10 horas”.

Devido a situação econômica dos moradores, que se agravou devido a seca,  o turismo e o artesanato estão prejudicados por conta da suspensão das visitas à Reserva de Desenvolvimento Sustentável em que vivem. Buscando seguir apoiando os Baré e promovendo a conexão com pessoas de fora da aldeia com a cultura local durante a esse momento, a Braziliando co-construiu com a comunidade uma vivência online pioneira e inovadora: a Conexão Baré. 

“A vivência virtual permite que participantes conheçam a cultura local e o dia a dia da comunidade através de atividades interativas e imersivas, como culinária local, artesanato Baré, projeto de conservação das tartarugas amazônicas, grafismo indígena e história da comunidade. A experiência começa alguns dias antes do dia e horário marcados através de uma imersão cultural e da integração dos participantes através de um grupo WhatsApp. Na data e hora previstas as pessoas inscritas entram no link de uma plataforma de videochamada para, ao vivo, se conectarem com a aldeia e participarem das atividades.A Conexão Baré possibilitou a geração de renda para a comunidade e a valorização da cultura originária em tempos de isolamento social. Três anos depois, desse projeto já acumulamos mais de 20 edições realizadas, cerca de 350 participantes de vários lugares do mundo, renda e novas oportunidades para o povo Baré, além da valorização dos saberes tradicionais, inclusão de pessoas em cadeira de rodas e com deficiência visual e auditiva e mitigação dos impactos ambientais , tudo isso através do turismo online”, comemora Ana.

Pelo ineditismo da vivência e atuação pautada na sustentabilidade, a Braziliando e a Conexão Baré foram reconhecidas por importantes prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio de Turismo Responsável WTM Latin America, o Prêmio Braztoa de Sustentabilidade e o Prêmio United Earth Amazônia.

“E nessa edição especial sobre a seca amazônica, a Comunidade Baré também vão compartilhar em primeira mão os impactos dessa estiagem severa na comunidade e as mudanças na vida do povo da floresta durante os períodos de cheia e vazante dos rios. É a oportunidade de quem está distante dessa realidade ouvir dos moradores da região suas percepções e desafios, além de contribuir com a comunidade em um momento de necessidade”, finaliza Ana.

Marque na sua agenda

A vivência online acontecerá no próximo sábado, dia 11/11/23, às 10h (de Brasília). 

A duração das vivências costuma ser de 2h a 2h30 e o valor sugerido do ingresso é de R$150,00 por participante, remunerando de forma justa o trabalho da comunidade e da Braziliando. 

Se quiser ajudar um pouquinho ho mais, poderá ontribuir com o valor solidário, de R$225,00 e quem não puder ou não quiser participar da vivência poderá apoiar realizando uma doação voluntária. 

Corrente(za) de transformação

De acordo com a Braziliando, a indígena Rosimeire Garrido, uma das coordenadoras de turismo na aldeia e agente ambiental, compartilhou alguns desafios surgidos com o baixo nível do rio, como o de ir até Manaus: “Tá difícil essa seca hoje. O Rio Cuieiras secou…. Quem está indo, é difícil carregar as bolsas (muito longe, muita lama), fizeram uma ponte de madeira até o meio do igarapé. [...] Idosos não estão indo pra Manaus”. Apesar da seca ser comum na Amazônia, ela notou uma grande diferença entre a estiagem deste ano e as anteriores.

A Braziliando acredita que a transformação é coletiva e que a vivência online pode contribuir para a quebra de estereótipos, criação de novos laços e visões de mundo e geração de renda, além de poder fazer a diferença para a comunidade nesse momento desafiador.

Fotos: Nathália Segato