A importância da acessibilidade no turismo regional
Alessandra Trigo já passou por mais de 100 cirurgias, devido a fragilidade dos seus ossos e mesmo enfrentando todos os tipos de preconceitos, sua força de vontade em defender os direitos das pessoas com deficiência, idosos e obesos é admirável e foi tema da nossa entrevista. “O setor de turismo deve olhar esse público como um oceano de possibilidades”
Quando o assunto é turismo, as pessoas logo relacionam viagens com paisagens alucinantes, muita liberdade em ir e vir, diversão, aventuras e a oportunidade de desbravar novos horizontes e as belezas de um novo destino.
Mas, e se você é uma pessoa com deficiência, como os empresários e os gestores públicos identificam você nesse oceano de possibilidades?
De acordo com Alessandra Trigo, influenciadora digital e Top Voice do LinkedIn, Consultora, Mentora e Palestrante em Diversidade, Inclusão e Acessibilidade, “pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida têm passado despercebidas há tempos pelos gestores públicos e pela maioria dos profissionais do turismo. Eles não nos enxergam como consumidores potenciais”.
E faz um alerta aos donos de hotéis, bares e restaurantes, “Queremos muito conhecer seu hotel e seu estabelecimento. Para isso você precisa inovar, nos enxergar como consumidores potenciais. Saiba que não nos oferecer acessibilidade, inclusive, a atitudinal, faz com que você perca uma grande oportunidade de negócios. Somos um público, que estamos sedentos para passear e descobrir o turismo regional, mas, muitas vezes, não nos arriscamos por conta de todos os transtornos que iremos passar, como falta de acessibilidade e inclusão nos locais”.
Como especialista no assunto, pois Alessandra sofre preconceito desde sua infância, por ter nascido com osteogênese imperfeita, ou como é reconhecida, ossos de vidro, seus pais tiveram que lutar muito para dar uma qualidade de vida, inclusive, para colocá-la na escola, um direito de todos e dever do estado. “No parquinho infantil, eu já sabia ler, mas as escolas não queriam me aceitar. Graças ao Sesi 338, consegui uma vaga escolar até a oitava série. Hoje, com meus 50 anos, sou casada e já passei por mais de 100 cirurgias, mas, tive uma infância com muita dor, devido a doença genética ser rara e provocar fragilidade óssea com deformidades, mas inclusive com os preconceitos. Não ando, mas, me locomovo com um triciclo e te garanto, sou muito feliz”.
Mesmo sofrendo dores e bullying na infância e adolescência, Alessandra tem conquistado sua meta profissional e com um semblante feliz, garante, "trabalho para levar a inclusão e mobilidade nas empresas, com palestras e mentorias com o tema: Vamos, juntos, pedalar pela inclusão das pessoas com deficiência na sua empresa? ”.
E Alessandra não está sozinha nessa estatística. Aproximadamente, 1.500 brasileiros, sofrem com osteogênese imperfeita. “Tem muitas pessoas que tem essa doença e, ainda, não sabem”, enfatiza.
No Brasil, 23,92% da população, ou seja, mais de 45 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de deficiência. Deste total, mais de 13 milhões são deficientes físicos. E quando abordamos sobre o turismo regional brasileiro, Alessandra enfatiza a importância de os empresários criarem opções para esse novo público."Atrás de uma pessoa com deficiência vem toda uma família e amigos, ávidos por consumir e conhecer novos lugares. Mas, nós, pessoas com deficiência precisamos sentir que somos acolhidos e incluídos nos ambientes. E quero alertar que, as pessoas com deficiência, não são apenas as pessoas cadeirantes, mas sim, pessoas surdas, pessoas mudas, pessoas com deficiência intelectual, pessoas autistas, enfim. Qualquer pessoa pode vir a sentir na pele os desafios de ser uma pessoa com deficiência, pois nem todas as pessoas nascem com uma deficiência, elas a adquirem ao longo da vida.”
E explica, “tem pessoas que chegam nos hotéis e não conseguem tomar banho, simplesmente por que não cabem nos banheiros. Os empresários precisam rever seus alojamentos e acomodações, para incluir essa nova população”, alerta Alessandra.
OBESIDADE
Atualmente, 48% dos adultos brasileiros (com mais de 18 anos) vivem com obesidade e outros 27% estarão com sobrepeso, totalizando 75%, ou seja, 130 milhões de brasileiros deverão estar acima do peso em 2044, sendo 83 milhões com obesidade e 47 milhões com sobrepeso.
E o que estamos fazendo para combater esse estilo de vida do brasileiro.
Sem dizer as dificuldades que os estabelecimentos comerciais, postos de saúde e Santas Casas enfrentam quando chega uma pessoa com obesidade, pois até as cadeiras são desconfortáveis, banheiros minúsculos, e macas inapropriadas, podendo causar até acidentes nos pacientes, entre outros desafios. É fundamental compreender todos os determinantes da obesidade, evitando a culpabilização e a discriminação das pessoas.
IDOSOS NO BRASIL
E quando falamos em idosos, os empresários e gestores públicos demoram em perceber que o Brasil está envelhecendo e as necessidades da população também.
De acordo com Censo de 2022, realizada pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o número de idosos no Brasil cresceu 57,4% em 12 anos. Já a população idosa com 60 anos ou mais chegou a 32,1 milhões de pessoas, ou seja, 15,8% da população brasileira.
E Alessandra Trigo, tem desenvolvido um case no Hotel Mercure Pinheiros, através da sua consultoria para acolher esse novo público, que cresce anualmente.
CONEXÃO COM RESPONSABILIDADE SOCIAL
Portanto, a Rota do Turismo tem uma missão especial, ou seja, sensibilizar os empresários e gestores públicos sobre a importância de um turismo responsável, regenerativo, e que apresente o bem-estar social na inclusão das pessoas com deficiência, idosas ou obesas, ao dar oportunidades de locomoção e acessibilidade nas suas viagens, sejam elas de negócios ou lazer.
ROTA DO TURISMO
A Rota do Turismo é uma WebTv que nasceu para conectar os turistas com os empresários e gestores públicos.
No Brasil, temos aproximadamente 2.940 municípios turísticos que o brasileiro desconhece.
Fundada em 1997 pela empresária e jornalista Adriana Fagundes, sua missão tem sido o fortalecimento do turismo regional brasileiro para alavancar o turismo responsável, sustentável e regenerativo para gerar emprego e renda e manter as famílias no interior.
A Rota do Turismo está localizada na cidade de Sertãozinho/SP, que hoje completa 128 anos, e sua fundadora atua na liderança do Grupo Mulheres do Brasil Sertãozinho. Adriana Fagundes também é membro fundadora do Rotary Club de Ribeirão Preto-Califórnia, sendo o primeiro clube com foco no empoderamento feminino e representante de imagem pública do Distrito 4540 do Rotary International.
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