Grupo Mulheres do Brasil representa todos os gêneros e por que não está no CMDM

Na última segunda feira, 18/03, representantes do grupo mulheres do Brasil estiveram presentes na Câmara Municipal de Sertãozinho.

O assunto discutido foi a falta de indicação do Grupo Mulheres do Brasil no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Sertãozinho.

Foto: Vera Ferrante

Convidada pelo presidente da Câmara Municipal, Fernando Francisco da Silva – Babá da Farmácia, para utilizar a tribuna, a jornalista Adriana Fagundes enfatizou aos vereadores e presentes na Casa de Lei, sobre os trabalhos do Grupo Mulheres do Brasil em Sertaozinho e sua indignação referente aos boicotes que andam acontecendo ao Grupo Mulheres do Brasil, em Sertãozinho. “Se somos a favor dos interesses das mulheres e meninas então por que nosso grupo está fora do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres?”.

Na sequência colocou alguns dados sobre o grupo mulheres do Brasil e enfatizou a importância do trabalho que as voluntárias vem realizando dentro de suas casas, por falta de incentivo público. E enfatizou a responsabilidade dos vereadores referente a segurança das mulheres sertanezinas, principalmente das voluntárias do Grupo, “os senhores tem a caneta na mão e a única coisa que exigimos é o respeito as mulheres. Afinal, para nascer o homem precisa da mulher e quando os senhores forem votar nessa lei, pensem em suas mães, irmãs, filhas ou netas. Vocês gostariam de vê-las sendo desrespeitas e ameaçadas. Pois bem, os senhores podem mudar essa realidade e a única coisa que nós desejamos é o Respeito às Mulheres”.

CMDM

De acordo com o Projeto de Lei que está na Câmara para ser aprovado, o Grupo Mulheres do Brasil solicita aos vereadores que o Grupo Mulheres do Brasil se torne um representante da sociedade civil com titulares e suplentes, que tratam as alíneas “a” - OAB e “b” – Faculdade, para serem indicadas por sua entidade (OSC).

No projeto Lei nº 132/2023 em que dispõe sobre a reformulação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher o Conselho está composto com a seguinte estrutura:

6 representantes de órgãos governamentais e seus respectivos suplentes; e

6 representantes da sociedade civil e seus respectivos suplentes, sendo relacionadas a política públicas voltada para a garantia e defesa dos direitos da mulher em Sertãozinho

·         1 (UMA) representante da OAB, (OAB 80ª subseção)

·         1 (UMA) representante das Universidades e Faculdades de Sertãozinho

·         1 (UMA) representante de uma comunidade LGBTQIAP+

·         1 (UMA) representante de movimento, grupo ou coletivos de movimentos de mulheres relacionadas a política pública e defesa dos direitos da mulher em Sertãozinho (NESSE CASO SUGERIMOS O GRUPO MULHERES DO BRASIL pois atuamos com Comitês que representam todas as mulheres e meninas do Brasil, principalmente Sertãozinho e Cruz das Posses).

·         1 (UMA) Representante das mulheres negras,

·         1 representante de mulheres com deficiência,

As indicações das representantes do Grupo Mulheres do Brasil Sertãozinho já foram enviadas via ofício, enviadas para a Casa do Conselho pela representante legal da instituição, em Sertãozinho/SP, constando o nome completo das voluntárias indicadas, com os números do RG e CPF e a função exercida por cada uma na vida pessoal e como voluntária no grupo.

“O interessante é que dentro do Grupo Mulheres do Brasil temos vários comitês que representam as mulheres e todos os gêneros, são eles:

1.       60+

2.       Sustentabilidade

3.       Mundo digital

4.       Políticas Públicas

5.       Combate à Violência contra as Mulheres

6.       80 e 8

7.       Esporte

8.       Agronegócio

9.       Conexão Bairros e Comunidades

10.   Expansão

11.   Comunicação

12.   Jurídico

13.   Vozes

14.   Saúde

15.   Meninas do Brasil

16.   Inserção de Refugiados

17.   Inclusão de Pessoas com Deficiência

18.   Igualdade Racial

19.   Empreendedorismo

20.   Educação

21.   Cultura

22.   Comitê LBTI+

Vocês percebem o por que é importante a participação do Grupo Mulheres do Brasil dentro do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher? Simplesmente, porque temos comitês que atendem todos os demais conselhos, que existem e para cada um dos públicos mencionados temos voluntárias que podem dar esse suporte, simplesmente porque nós não tratamos apenas a doença, mas, fazemos a prevenção da causa, que é saúde mental de toda família” explicou Adriana Fagundes.

E continua, “sabemos que a violência começa dentro de casa. Quantas famílias crescem desestruturadas, vendo o pai batendo na mãe e achando que isso é normal. Não é normal. Quem ama, não bate e não mata. Normal é cuidar da saúde mental da população. Só assim vamos acabar com a violência, em qualquer gênero. E isso, começa com a mulher. Afinal, para ter homens foi necessário ter uma mãe para gerar e dar a vida. Portanto, antes de levantar a mão ou ofender uma mulher, lembre-se da educação que sua mãe ensinou. Respeite ao próximo, assim como gostaria que te respeitassem”, conclui Adriana Fagundes.

De acordo com a voluntária e assistente Social, Ana Paula Mardegan, “as pessoas são movidas para seus objetivos levando em conta suas referências, através de pessoas com as quais elas se identificam e se sentem representadas. A representatividade feminina alimenta o bem-estar e autoestima das mulheres por todos os âmbitos, seja em classe, cor ou orientação sexual. É sobre sentir-se capaz de também estar naquele mesmo lugar, em que outros sinônimos de referência também estiveram. Para mudar, é preciso que a sociedade inteira se movimente para entender que precisamos aproveitar todo o potencial que existe no mundo. E isso significa incluir as mulheres de todas as esferas, para que seja de fato exercido o processo democrático de participação”.

É isso o que move cada voluntária do Grupo Mulheres do Brasil, o RESPEITO ao próximo!

LBTI+

Quando falamos que o Grupo Mulheres do Brasil representa todas as meninas e mulheres, isso significa que também representamos a comunidade LBTI+.

De acordo com Andrea Rigoni, líder do Comitê LBTI+, o Comitê atua em conjunto com São Paulo e núcleos do mundo inteiro.

Foto: arquivo pessoal

O Grupo Mulheres do Brasil também atua com o Comitê LBTI+, e de acordo com a líder Andrea Rigoni, se o Brasil é um país inseguro para as mulheres CIS heterossexuais, imagine para as mulheres da Comunidade LBTI+. “Ao falarmos da comunidade LGBTI+, o Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil denuncia que em 2022 uma pessoa LGBTI+ foi morta violentamente a cada 32 horas e para o recorte das mulheres LBTI+ ocorreram 167 casos de morte das travestis, transexuais e mulheres cisgêneros, representando 61,17%. Deste total, 140 homicídios, 13 suicídios e 14 por outras causas. No Grupo Mulheres do Brasil cada mulher conta e esse preceito só será seguido quando houver representatividade e proteção de TODAS as mulheres! Por isso, convidamos todas as pessoas a se juntarem a nós para o combate da LGBTIfobia estrutural e frear essa escalada de violência LGBTfóbica. Nossa meta em 2024 é contar com mulheres LBTl+ e aliadas a causa para trabalharem juntas como parte da transformação do Brasil atuando em: Letramento – para levar conhecimento sobre o tema à população; Eventos /Lives – para divulgar datas importantes e acontecimentos e, inclusive, participar da 28ª edição da Parada do Orgulho em São Paulo, incentivando outras pessoas que estejam em suas paradas locais”, conclui.

Aos interessados em participar do comitê LBTI+ deve entrar em contato através do e-mail  mulhereslbti@grupomulheresdobrasil.org.br “pois atuamos em São Paulo com todos os núcleos do Brasil e exterior”, finaliza Andrea.

Ao conhecer a estrutura do Grupo Mulheres do Brasil, os vereadores se comprometeram a apoiar a inclusão do grupo no Conselho, conforme vídeo abaixo.

Segundo Vilmara Meloni, Neuropsicanalista, “Saúde mental é essencial e não é brinquedo. Mulheres e crianças que sofrem violência perdem totalmente sua autoestima, e quantas delas nem sabem o que é isso, pois vivem num relacionamento totalmente abusivo, ouvindo que são burras, que não servem para nada e o pior, e que merecem apanhar e ficar quietas pois está no lucro, por ter casa e comida. Por isso, é importante que os políticos pensem a respeito da sua responsabilidade. A saúde mental e o tratamento psicológico é fundamental e não dá para empurrar com a barriga. Hoje atendo uma família que perdeu o filho por ficar aguardando 9 meses para a liberação da consulta e não suportou. Precisam parar de brincar em ser político e dar atenção devida a saúde mental. Voltem a essência de cada um e vamos ajudar só próximo, principalmente, os políticos que estão no poder. Os políticos foram eleitos para ajudar o povo a construir pontes e não criar muros”, conclui.

O presidente da Câmara se comprometeu a apresentar uma emenda parlamentar e no início da sessão de hoje, terça feira, 19/03, o prefeito municipal pediu para retirar o projeto da Câmara para readequação.

Grupo Mulheres do Brasil

O Grupo Mulheres do Brasil – Organização da Sociedade Civil – OSC, uma associação civil, sem fins lucrativos ou de fins não econômicos, com sede em São Paulo, com 122.849 mulheres inscritas como voluntárias, unidas em 155 núcleos, distribuídos em   vários municípios do território nacional, sendo 113 no Brasil e 42 núcleos internacionais.

Em maio de 2020, o Grupo Mulheres do Brasil abriu seu núcleo em Sertãozinho. Somos um grupo suprapartidário, constituído por mulheres que tem como objetivo, relevância pública e social, através das seguintes ações: 

•  Atuar na defesa dos interesses das mulheres e em prol do protagonismo feminino
• Incentivar e colaborar para a mobilização da sociedade com vistas a adoção de ações práticas e efetivas, inclusive de políticas públicas, especialmente para:
•  Promoção e conquista da igualdade racial e de gênero;
•  O fim da violência contra a mulher;
•  Promoção e consolidação de sistema de saúde de qualidade e de acesso igualitário a todos;
•  Promoção e consolidação de sistema de educação de qualidade e de acesso amplo, facilitado e igualitário a todos, promovendo ainda a cultura, o artesanato e as atividades artísticas e esportivas;
•  A redução das desigualdades e da violência em todos os níveis e segmentos da sociedade;
•  O crescimento econômico sustentável e responsável, primando pelo acesso a saneamento básico;
• A redistribuição de renda, contribuindo para programas de acesso a renda e capacitação educacional/financeira, especialmente para mulheres;
• A promoção da valorização e efetivação da paz, da ética, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia, da justiça, bem como de ações sociais transformadoras e inclusivas;
• A proteção, educação e oportunidades aos jovens;
•  A proteção à família e a maternidade;
•  A assistência social aos indivíduos ou grupos sociais mais vulneráveis,
• A defesa dos direitos assegurados as pessoas idosas;
•  A Inclusão de pessoas com deficiência, e promoção da sua integração à vida comunitária, com respeito à sua condição particular;
•  O apoio de áreas e setores da economia e da sociedade que contribuam ao avança das melhorias necessárias ao país;
•  Atuar de forma direta ou indireta em projetos e ações, próprios ou de terceiros, que estejam relacionados aos objetivos anteriores.

Para aqueles que desconhecem os trabalhos realizados pelas voluntárias do grupo mulheres do Brasil saibam as voluntárias são A FAVOR DOS DIREITOS HUMANOS, considerando que esta não é uma pauta nem da direita e nem da esquerda, mas do Brasil.  Somos a favor da liberdade de imprensa; a favor da igualdade racial; somos contra qualquer tipo de discriminação, seja por cor, raça, origem, classe social, orientação sexual ou credo; somos a favor de um sistema público e eficiente de saúde que atenda às necessidades da população; somos a favor da educação de qualidade para toda nação; e, principalmente, somos a favor da democracia!

Adriana Fagundes
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