Rota do Turismo traz uma consultoria com Ricardo Shimosakai sobre turismo com acessibilidade

No Brasil, em 2023, de acordo com dados divulgados pelo IBGE e MDHC — Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, existem atualmente em torno de 18,6 milhões de pessoas com deficiência.

São consideradas pessoas com deficiência:

·         Paraplegia: perda total das funções motoras

·         Monoplegia: perda parcial das funções motoras de um só membro (podendo ser superior ou inferior);

·         Tetraplegia: perda total das funções motoras dos membros superiores e inferiores;

·         Hemiplegia: perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo);

·         Ostomia: é uma intervenção cirúrgica que permite criar uma comunicação entre o órgão interno e o externo, com a finalidade de eliminar os dejetos do organismo. Os ostomizados são pessoas que utilizam um dispositivo, geralmente uma bolsa, que permite recolher o conteúdo a ser eliminado através do ostoma;

·         Amputação: é a remoção de uma extremidade do corpo;

·         Paralisia cerebral: diz respeito a uma lesão cerebral que acontece, em geral, quando falta oxigênio no cérebro do bebê durante a gestação, no parto ou até dois anos após o nascimento (traumatismos, envenenamentos ou doenças graves). Dependendo do local do cérebro onde ocorre a lesão e do número de células atingidas, a paralisia danifica o funcionamento de diferentes partes do corpo. A principal característica é um desequilíbrio na contenção muscular que causa tensão, inclui dificuldades de força e equilíbrio e comprometimento da coordenação motora.

·         Nanismo: é uma alteração genética que provoca um crescimento esquelético anormal, resultando num indivíduo cuja altura é muito menor que a altura média de toda a população.

E ao ver esses dados e informações observamos uma grande oportunidade para o setor de turismo.

Turismo de acessibilidade

Quando falamos em turismo de acessibilidade, o que vemos são as preocupações apenas com estruturas e arquiteturas para recepcionar as pessoas com deficiência motora, reconhecidos como cadeirantes e cumprir as cotas inseridas na legislação.

Mas, e as demais pessoas com deficiência, como estão sendo tratadas pelo mercado do turismo?

Para falar sobre esse assunto, convidamos Ricardo Shimosakai, que ficou paraplégico em 2001 e saiu em busca de acessibilidade e inclusão no lazer e turismo.

Começou trabalhando com viagens e atualmente atua como consultor.

Através de um bate papo super agradável você vai receber dicas fantásticas para empresários e gestores de turismo. Quanto aprendizado!

De acordo com Ricardo, “atualmente, um dos lugares mais indicado para o turismo acessível é a cidade de Bonito/MT. Eles ouvem o turista”.

Ricardo também alerta sobre os cuidados com a arquitetura dos estabelecimentos. “Não adianta só seguir as normas técnicas e a legislação, elas não são perfeitas, mas falta ouvir as pessas que irão utilizar o lugar. O ideal é o gestor público e os empresários escutar mais o turista com acessibilidade. Cada um tem sua realidade, por isso, minha dica é, pergunte o que aquele turista deseja e coloque opções no seu estabelecimento. Cada pessoa tem um desejo diferente do outro. Existem pessoas que querem ter a sensação de independência, enquanto outros preferem mais proteção. “Se eu quiser ajuda, eu peço”, finalizou.

E quando a pergunta é no que a Rota do Turismo pode ajudar, a resposta surpreende. “Adriana, infelizmente, os empresários não acreditam que as pessoas com deficiência podem trazer lucro para o seu estabelecimento. O único que acreditou até o momento e que hoje estão faturando muito alto, é o setor de automobilismo, que agora nos enxerga como consumidor. E é isso que os empresários do turismo e gestores públicos precisam entender e reconhecer. Somos milhões de consumidores”.

E é nesse momento que a Adriana Fagundes, CEO da Rota do Turismo faz um alerta aos empresários e gestores envolvidos com o turismo, “Por favor, acordem... o turista acessível está aí, com muita vontade de viajar e ansiosos para serem bem recebidos. O que querem, é simples, só esperam ser ouvidos e atendidos, como qualquer outro cliente”.

 Gestores públicos

E por falar em acessibilidade, como andam as calçadas do seu município?

São aquelas lisinhas que facilitam a vida das pessoas na terceira idade e pessoas com deficiência, ou igual essa da foto?

Como estão os postos de saúde e prêdios públicos do seu município, são acessíveis ou apenas para o cidadão comum?

Bem, esse é um novo assunto que em breve vamos trabalhar.

Fica o alerta!