LUIZ LACERDA BIAGI DA METALÚRGICA AO VINHO
A família Biagi chegou ao Brasil em 1888, deixando a região do Vêneto, em que já trabalhavam com vinhedos para construir no Brasil um legado no setor sucroenergético. Mas, em 2019, Luiz Biagi resolveu voltar as suas origens ao transformar a Fazenda Cravinhos na Vinícola Biagi.

Devemos ser gratos a todos que passam ou passaram por nossas vidas, principalmente, aqueles que fizeram parte da construção da nossa história. Em Sertãozinho, interior de São Paulo, uma cidade inteira reconhece a força e a garra da família Biagi, que fizeram e continuam fazendo a diferença na vida de milhares de pessoas.
Se hoje o município tem, aproximadamente, 550 indústrias envolvidas com o setor sucroenergético, foi graças a família de Maurílio Biagi, um homem à frente do seu tempo, que sempre incentivou através da educação a capacitação dos seus colaboradores e criou a escolinha da Zanini, isso na década de 1970, para capacitar a mão de obra das futuras gerações.
Com isso, construiu um legado na educação industrial, no setor sucroenergético, em Sertãozinho/SP.
E claro, os filhos foram envolvidos nesse processo industrial, entre eles, Luiz Lacerda Biagi, que traz no seu currículo destaques como ter criado um dos maiores e mais complexo projeto industrial em Sertãozinho ao trazer diversas inovações para o Brasil, com tecnologias de ponta. Além disso, é escritor e por amar a cultura e a história, criou o Museu da Cana, que hoje disponibiliza aos moradores e turistas, nacional e internacional, o turismo industrial, com a oportunidade de conhecer de perto o interior de uma usina e o início de toda trajetória.
TRANSFORMANDO CRISES EM OPORTUNIDADES
Apesar do seu envolvimento com o setor sucroenergético, Luiz Biagi, atento as inovações tecnológicas, aproveitou um momento de crise do setor, que a cada década quase destrói o setor, resolveu invesir no turismo de negócios, envolvendo a experiência com a gastronomia na rota do vinho.
Em 2018, mesmo vendo o setor renascer das cinzas, como uma fênix, o empresário Luiz Biagi aproveitou a oportunidade de trazer de volta a história dos seus antepassados, que vieram da região do Vêneto, em 1888, deixando para trás as plantações de vinhedo, que continuaram a produzir as uvas e vinhos na Itália, e em 2019 nasce a Vinícola Biagi, que segue uma tradição de aperfeiçoamento as novas tecnologias no material genético nas uvas italianas, consagradas há centenas de anos na Itália e produzindo os vinhos mais admirados e desejados no mundo.
Hoje, a Vinícola Biagi, está instalada numa área de 12 hectares, com planos de expansão, e está produzindo as uvas Moscato Giallo, Nebbiolo e Sangiovese, cuja primeira safra aconteceu em 2022 e que o empresário fez homenagem aos membros da família.
Na sua equipe, Luiz Biagi conta com profissionais de renome, tais como a premiada enóloga, Isabela Peregrino, que sob seu comando produziu os rótulos dos vinhos. Além disso, a Vinícola possui o espaço Osteria Elisabetta, que recebe visitantes e serve pratos no conceito ‘‘Farm to Table’’, uma culinária de origem clássica italiana, que usa ingredientes frescos e sazonais da própria fazenda, e de fornecedores locais, mostrando que o turismo regenerativo e sustentável já é realidade na fazenda.
No turismo de experiência, o empresário apresenta o programa de enoturismo, que possibilita aos moradores locais e turistas, “conhecer toda a história do vinhedo, além do processo agrícola e de produção dos vinhos, que conta com diversas experiências de harmonização, entre vinhos e gastronomia”.
Aos ser indagado sobre o problema do clima quente para o cultivo das uvas, Luiz Biagi esclarece que, Cravinhos, uma cidade no interior de São Paulo, localizada a aproximadamente 23 Km de Ribeirão Preto/SP, “fica a 800 metros acima do nível do mar e que apresenta uma característica climática com uma amplitude térmica significativa, onde a região experimenta dias mais quentes e noites mais frias, com variações que podem atingir até 20 graus em certas épocas do ano. Esta oscilação de temperatura não é apenas uma curiosidade geográfica, mas um fator crucial para o cultivo de uvas de qualidade. As temperaturas mais elevadas durante o dia ajudam na maturação e concentração de açúcares nas uvas, enquanto as noites frias aumentam para a manutenção da acidez e o desenvolvimento de aromas complexos”.
A decisão de Luiz Biagi está alinhada a uma nova tendência do brasileiro, a valorização do turismo de experiência e a descoberta de novas regiões, desafiando as fronteiras tradicionais da produção do vinho.
E o espaço parece uma cena de filme, tanto que os noivos estão colocando na sua lista de desejo a celebração do casamento dentro da Vinícola Biagi. “Esse ano temos uma relação de 41 eventos, inclusindo casamentos, lançamentos de produtos e eventos corporativos”, comemora Luiz Biagi.
Aos turistas que queiram conhecer a vinícola e as Experiências Enogastronômicas, basta fazer o agendamento pelas redes sociais no @vinicolabiagi. São agendados para qualquer dia da semana, “mas, sem agendamento o espaço recepciona apenas nos finais de semana”, conclui Biagi.
Ao ser questionado sobre o que falta para o interior brasileiro expandir no turismo, Luiz Biagi enfatiza a falta de segurança no Brasil. “Visto de fora é a segurança. As grandes cidades brasileiras, não oferecem a segurança necessária para os turistas estrangeiros e nem para o brasileiro. Esse é nosso maior problema, que é uma coisa endêmica, acontecendo há vários e que, infelizmente, conta também com o afrouxamento das autoridades em relação aos crimes de roubo de celulares, por exemplo. As pessoas são presas e soltas na mesma hora e precisamos rever nossa legislação”, desabafa.
Referente ao turismo gerar emprego e renda para os pequenos municípios, o empresário não tem dúvidas, “Nossa, olha o turismo hoje, na Itália, por exemplo, ela vive praticamente 100% do turismo, praticamente. Você vai em Palermo, nossa... é impressionante. São milhares e milhares de pessoas ali empregadas, trabalhando. Inclusive, nós recebemos uma moça argentina, que faz recepção e passou um tempo conosco aqui para nos ajudar e nos inspirar numa série de procedimentos, que eles fazem por lá. É impressionante, são milhares de pessoas empregadas, para acolher os turistas. O turismo é sim, é um grande gerador de emprego”.
E sobre o turismo sustentável e regenerativo, que a Rota do Turismo vem propondo aos pequenos e médios municípios, Luiz Biagi não titubeia ao afirmar que esse é o caminho para o turismo brasileiro. “Existem muitas possibilidades e muitos empresários abertos para esse modelo de turismo. E muitos envolvidos, além da juventude. Eu acho que o Brasil, nesse ponto, vai crescer muito. A quantidade de pousadas, que você vê em Minas Gerais, quanta coisa nova está surgindo por lá e é só o começo”.
Exposições no museu da cana
E se você estiver na região de Ribeirão Preto/SP, não perca tempo e nem a oportunidade conhecer as exposições que estão acontecendo no Museu da Cana, e descobrir o turismo industrial para ver de perto uma usina por dentro.
Ah, e aproveite para desfrutar o espaço do Museu da Cana e fazer um piquenique com as crianças.
Leila Heck e Onesimo Lima, arquiteto, que junto com Rita Fantini e a Curadoria e Pesquisa, Erika Moretini
Toda família pode aproveitar e ver as exposições no Museu da Cana, que mostram neste ano a história da cana-de-açúcar do Brasil além dos 500 anos de história da Cachaça no Brasil.
E no final da exposição, você pode aproveitar e degustar a “cachacinha” do Museu. Mas, lembre-se, se beber não dirija!
Marque na sua agenda
A Vinícola Biagi está localizada na Fazenda Cravinhos - Rodovia Ângelo Cavalheiro, km1,3 - Zona Rural, Cravinhos/SP e mais informações podem ser obtidas através do e-mail: [email protected]
E o Museu da Cana fica aberto de terça a sexta-feira e aos domingos das 9 às 16 horas e está localizado na Fazenda Engenho Central, Casa 1, Estrada Municipal José Baldinotti – STZ 153, Km 4 - Zona Rural Sertãozinho, SP
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