Robô hostess, checkout híbrido, muita IA e outras novidades da Autocom 2025
Quem é da época do desenho animado "Os Jetsons" ficarão encantados com as novas tecnologias apresentadas pela feira. Em vreve, algumas dessas tecnologias devem aparecer nos pontos comerciais

Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil), a preferências pelo self-checkout foi apontada por 31% dos brasileiros em 2024, sendo que no ano anterior o mesmo levantamento havia identificado que essa era a opção de 26%.
No caso do uso de terminais inteligentes, a preferência avançou de 33%, em 2023, para 35% em 2024. Já em relação à identificação automática de produtos e clientes, que dispensa o caixa e as filas, a pesquisa mais recente mostrou que 26% dos entrevistados demonstravam interesse.
“Cada vez mais o consumidor faz compras no dia a dia, deixando de lado aquelas compras do mês. Por isso, os self-checkouts são a principal opção desses consumidores”, explica Marina Pereira, Gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da GS1 Brasil.
Segundo Linconl Moraes, presidente da Associação de Fintechs e de Empresas de Meios de Pagamentos (Pagos), há uma tendência dos consumidores pelo uso dos pagamentos biométricos, usando o reconhecimento facial, por exemplo, assim como pelos pagamentos invisíveis, similar ao usado pela Uber, com o valor do serviço debitado sem a necessidade de inserir o cartão em uma maquininha.
Uma boa amostra do potencial dessas novas tecnologias foi apresentada durante a 25ª Feira Internacional de Automação para o Comércio (Autocom). Veja abaixo algumas tendências que devem aparecer com mais frequência no varejo, melhorando a experiência de compra. Confira:
Robô hostess... e protetor
Ele abana o rabo, dá a patinha e senta. Semelhante a um cachorro, inclusive na fofura, o Cyber Dog, criado pela ISD Tech, pode ser usado para recepcionar os clientes e garantir a segurança do local.
Ele possui reconhecimento facial, o que lhe permite distinguir as pessoas, identificando foragidos da polícia e sinalizando em caso de atividades suspeitas.
A tecnologia funciona através de uma lista de ações, que pode ser programada de acordo com necessidades específicas. Por exemplo, ele pode ser programado para pular sempre que reconhecer uma criança, ou ficar com os olhos vermelhos ao se deparar com uma tentativa de furto.
Além disso, caso o robô identifique alguém furtando um produto, ele encaminha um aviso à equipe de segurança, que recebe as informações sobre o que foi subtraído, assim como a imagem do rosto do criminoso. Dessa forma, mesmo que o suspeito fuja do local, sua identificação foi feita por reconhecimento facial, assim como a prateleira que sofreu a baixa, permitindo ao varejista repor o produto ou realocá-lo para um ponto mais seguro.
O Cyber Dog custa em torno de R$ 30 mil.
Metade do papel, metade dos gastos

A Epson colocou no mercado a impressora TM-T88VII, que permite ao lojista regular a porcentagem que deseja de economia de papel. Dessa forma, a impressora pode reduzir o tamanho da margem do papel e a área do código de barras, sem comprometer a leitura do cupom fiscal.
Como comparação, segundo a Epson, uma impressora sem essa tecnologia, que imprime um recibo de 30 cm, utiliza 13.500 rolos de papel no ano, gerando um custo com papéis de recibo de R$ 77.856,00. Por sua vez, a TM-T88VII fornece os recibos com um rolo de 15,3 cm, utilizando 6.885 rolos de papel ao ano e um custo de R$ 39.706,00.
Com essa tecnologia, segundo a empresa, na comparação acima são economizados 6.615 rolos por ano, gerando uma economia de custos de R$ 38.149,00.
Essa otimização é possível por meio de um software que permite graduar a porcentagem de uso da área do papel. Feita a opção, o software mostra como será o layout e envia o comando para a impressão.
Leitura dinâmica
A Elgin traz para o mercado o leitor EL8600iA, que faz a leitura dos produtos utilizando inteligência artificial (IA). A empresa diz que seu equipamento faz a leitura instantânea, enquanto os leitores tradicionais demoram de 3 a 5 segundos para realizar a identificação.
Outra diferença do leitor da Elgin, segundo a empresa, é sua capacidade de reconstruir, com uso da IA, os códigos de barras danificados ou de difícil leitura, como no caso das latas de refrigerante geladas, onde as gotículas de água impedem o registro do produto. Assim, a EL8600iA economiza tempo, evitando que o operador do caixa precise digitar manualmente o código.
Self-checkout ou caixa convencional
Para otimizar o uso do self-checkout, a Toshiba apresentou na Autocom um sistema híbrido, que pode ser utilizado como autoatendimento ou ser operado por um funcionário. Para isso, basta mudar a configuração do equipamento com um clique e girar a base dele para o lado do cliente ou do operador.
Dessa forma, caso a loja esteja mais movimentada, é possível configurar para autoatendimento E quando a loja estiver mais vazia, mudá-lo para o atendimento com funcionário, fornecendo as duas opções de atendimento em um equipamento.
Big Brother
Para os mercados autônomos, a VM Tecnologia traz um sistema de integração por meio de um software que informa o proprietário quando há uma finalização de compra, emite aviso sobre a quantidade de itens em estoque e quando a reposição de produtos precisa ser feita.
A tecnologia também envia ao proprietário alertas de eventos suspeitos, por exemplo, quando uma pessoa entra no mercado autônomo e não leva nada, ou quando registra o produto, mas remove do carrinho. Segundo a empresa, esse monitoramento permite identificar se o cliente realmente furtou ou se apenas desistiu da compra.
Caroline Martins, consultora comercial da VM Tecnologia, explica que a tecnologia envia ao proprietário recortes de imagens de movimentações suspeitas, evitando que toda a gravação precise ser analisada para identificar se houve ou não furto.
Big Brother 2

Para auxiliar na dinâmica dos sistemas de autoatendimentos, a Laurent criou uma central de monitoramento para os self-checkouts. Através de um computador de monitoramento, um fiscal pode interagir à distância com os checkouts, liberando equipamentos bloqueados, por exemplo, em casos de compra de bebida alcoólica. Hoje, o mais comum é que um funcionário se desloque até o terminal bloqueados para liberá-lo.
Da central de monitoramento também é possível analisar o comportamento dos consumidores por meio de câmeras. De acordo com Débora Mello, executiva comercial da Laurent, a solução auxilia na diminuição de furtos.
Sua empresa na palma da mão

A Fiserv apresentou na Autocom a Clover, sistema de pagamento que permite fazer a gestão do negócio, acompanhando, por exemplo, o desempenho dos funcionários. É possível acompanhar cada venda que os funcionários estão realizando, assim como fazer o controle de turno.
Com o equipamento é possível configurar o horário que cada funcionário vai utilizar a maquininha e seus atendimentos, tendo também o controle de quem obteve mais vendas.
A solução, que já está sendo implementada no mercado pela Kopenhagen, promete concentrar a gestão da empresa em uma única maquininha de pagamento.
Segundo Giuliana Cestaro, diretora de produtos da Fiserv, a Clover permite treinar funcionário de forma remota, agilizar as vendas e aumentar o espaço de exposição dos produtos, já que, através de uma máquina portátil, o vendedor consegue finalizar a venda.
IA entre nós
Para lidar com a crise de mão de obra no varejo, a Synapse Robotic apresenta ao mercado a Eliza, software impulsionado por inteligência artificial que realiza atividades pretendidas para humanos, como prospecção de clientes, negociação e fechamento de vendas. Ela também emite notas fiscais e lança informações em sistemas de produção e gestão administrativa.
Com investimento de R$ 4,2 milhões, a tecnologia busca otimizar as operações no ambiente corporativo, diminuindo custos e reduzindo o tempo dos processos, já que a tecnologia não precisa passar por treinamentos.
“Com a escassez de mão de obra qualificada, soluções como a Elliza se tornam estratégicas para o varejo, permitindo que equipes foquem em atividades de maior valor enquanto a automação lida com processos operacionais de forma inteligente e autônoma", diz Jonas Schneider, gestor comercial da Synapse.
Pagamento biométrico
A Ingenico aposta no pagamento biométrico utilizando a leitura das veias das palmas das mãos, que por possuírem padrões únicos, impedem fraudes tanto para o consumidor quanto para o lojista.
Na prática, o consumidor registra os detalhes da sua mão por meio de um leitor e cadastra se prefere pagar no débito ou crédito. Sempre que voltar ao estabelecimento, basta que sua mão seja lida para que o pagamento seja realizado.
Fonte e Imagens: Rebeca Ribeiro
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