Quando você conhece a história, tudo muda o valor

Paulo Arruda, gerente regional do Sebrae Ribeirão Preto, fala com sobre a importância da macrorregião de Ribeirão Preto e importância do agronegócio no turismo regional brasileiro. "Mas é importante a união de todo elo da cadeia produtiva do turismo".

Fev 6, 2025 - 12:44
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Quando você conhece a história, tudo muda o valor
A importância da macrorregião de Ribeirão Preto no turismo regional brasileiro

Há mais de 32 anos trabalhando no Sebrae, Paulo Arruda já atuou como Consultor, Gerente de Escritórios Regionais em (São Carlos, Araraquara Franca e Ribeirão Preto), e Gerente a Unidade de Desenvolvimento Setorial e Territorial e Diretor Técnico no Estado de SP. E hoje, está como gerente do Sebrae, em Ribeirão Preto, e atua com projetos que possam contribuir para o desenvolvimento do empreendedor, bem como no desenvolvimento Regional.

 

De acordo com Paulo Arruda, o Sebrae “é uma organização voltada para o atual e o futuro empresário. Para o jovem que, às vezes, precisa desenvolver a cultura empreendedora no ensino fundamental até a economia prateada, aquela pessoa que se aposenta com sessenta e poucos anos, mas quer estar ativo até seus mais de oitenta anos. É um universo de atuação muito amplo em que nós temos um portfólio de soluções e de projetos. Mas, a gente deseja atender projetos mais estruturados, em setores, em territórios e, na verdade, o Sebrae é muito mais que uma Agência local, regional e setorial. E, muito além de uma entidade de consultoria, treinamento e orientação”.

Nesse momento, Paulo define a importância dos setores segmentados, enfatizando o turismo regional, ao analisar a riqueza da cultura e turismo na macrorregião de Ribeirão Preto e chamando a importância dos gestores públicos para esse desenvolvimento.

 

“A gente sabe que tem tudo para dar certo, dentro da cadeia produtiva do turismo. A gente tem agro, a gente tem indústria, a gente tem comércio, serviço, economia criativa, a gente tem cultura e tudo isso integrado, gera algo sistêmico, que surge a oportunidade de grandes negócios. Então o Sebrae cada vez mais deve atuar com projetos, tanto em uma orientação individual, como aquele que quer trabalhar num setor mais estruturado, tais como: Prefeituras, associações, sindicatos e pessoas que se integram, querendo apresentar o turismo e os demais segmentos da cadeia produtiva local, o Sebrae está aqui para ajudar”.

 

Nesse momento, a jornalista apresenta ao entrevistado a Rota do Turismo e ao saber um pouquinho da sua história, Paulo enfatiza a importância da comunicação no setor e menciona o estado do Rio Grande do Sul. “Eu vejo, primeiro, que realmente a gente tem algo muito em comum. Sem dúvida nenhuma, eu vejo que existe um potencial muito grande no interior do estado de São Paulo, que ainda é pouco explorado, pouco conhecido. Tem municípios, que nem Secretaria de Turismo tem, que acaba às vezes colocando o turismo dentro da Secretaria de Cultura, ou numa Secretaria de Desenvolvimento, pois ainda não identificou essa oportunidade local”.

 

E para resolver esse problema o Sebrae está realizando em fevereiro ou início de março uma reunião com prefeitos e secretários do turismo, para apresentar um diagnóstico da governança e das oportunidades ligadas à economia criativa, de toda a região metropolitana de Ribeirão Preto, com foco no turismo regional.

E esclarece, “ A comunicação é importante. Nós estamos marcando uma agenda, agora no final de fevereiro e início de março, com todos os prefeitos, secretários de desenvolvimento, de cultura e de turismo para apresentar esse material. Eles vão ver uma a oportunidade que existe de história, geografia, clima, cultura, entretenimento e religião, que poucos sabem que nós temos aqui. Às vezes, acho que acontece, com todos o que já aconteceu três vezes comigo. Sai de Ribeirão, fui a São Paulo, peguei um avião, até o estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, peguei um carro, e fui até Gramado e Canela, para conhecer todo turismo local, sua história e fazer o turismo rural. E, provavelmente, você e muitas pessoas já foram também. Realmente, é muito bonito o que eles têm de experiência e entretenimento. Eu olhava e via uma mistura de cinema, teatro, museu, folclore e todo entretenimento. A questão da comida eu vi aquilo e falei: Gente, nós temos muito mais do que isso na nossa região, através do café, no leite, na flor e não aproveitamos nada desse potencial turístico”.

E continua, “no entorno de Gramado e Canela, não dá a metade da população de Ribeirão Preto. E se você pegar um carro em Ribeirão Preto, o que você falou, e traçar um destino num raio de 100 km, você não precisa muito não. Em cinquenta ou sessenta quilômetros você tem pelo menos dez vezes mais atrativos turísticos, além de cultura e estradas perfeitas, com uma logística maravilhosa, mas, que ainda precisa ser explorado”, concluiu.

 

Na sequência, Paulo Arruda menciona o município de Santa Rosa do Viterbo e o compara com a África, devido seu relevo, formado por planaltos que estão há 675 metros do nível do mar e que vão de levemente ondulados (80% da área total) a ondulados (15%), e são chamados de cuestas basálticas. “Eu não sabia que aqui e na África existe um relevo semelhante e que houve um descolamento da Terra. Temos oportunidades para as pessoas falarem de sustentabilidade e poder participar de um turismo rural, turismo religioso, folclore, cultura e lazer, bem próximo de nós. Mas, a gente precisa se organizar e é isso que vamos falar nesse encontro com os gestores públicos. Vamos falar do potencial da cerveja em Ribeirão Preto, do comércio, da catedral, do Boulevard, de Brodowski, de toda cidade da macrorregião, principalmente de Sertãozinho, que é a tua terra”, conclui.

 

Nesse momento a Rota do Turismo questiona sobre a troca de gestores em todas as eleições e o que o Sebrae pensa em fazer para que o turismo não volte atrás ao fim de cada mandato. Paulo Arruda menciona que, “com esse diagnóstico, teremos projetos mais estruturados. Fizemos um diagnóstico da governança municipal e regional. Nós temos que aproveitar a região Metropolitana de Ribeirão Preto e unir todo mundo, porque a região precisa de Ribeirão Preto e Ribeirão precisa da região.  E, é preciso se organizar pois até os municípios extremamente pequenos, tem muita oportunidade. Vamos organizar tudo isso. A ideia trabalhar enquanto região metropolitana, de uma forma que tudo isso integrado começa a ficar mais sustentável e não deixar com que a cada quatro ou oito anos recomece do zero novamente, porque é aí que estraga tudo”.

 

COMTUR

 

Nesse momento, Adriana Fagundes mencionou a importância de trazer para esse encontro representantes do COMTUR, unindo empresas públicas e privadas junto ao turismo regional.

 

TURISMO DE EXPERIÊNCIA

Mas, na vida nem tudo é trabalho e todos nós temos que ter uma válvula de escape. Pois mesmo trabalhando com turismo, as responsabilidades são muitas e o profissional do turismo está ali não para se divertir, mas sim, proporcionar a melhor experiência para o turista através do turismo de experiência.

 

E Paulo Arruda tem uma análise sobre esse assunto.

 

“Hoje, todos os jovens, se você perguntar para eles o que é o ESG ele vai saber muito bem o que é o ambiente, sustentabilidade e governança e está preparado para respeitar, o clima e a Terra. Na minha época, o meu avô acabava de fumar o cigarro e jogava a quimba no chão. Hoje, é tudo diferente. As pessoas estão vindo de uma forma diferente. E vejo que as pessoas querem entender melhor essa natureza, entender melhor os pássaros. Entender melhor a cultura. Como é que foi no passado? Então, é gostoso, ver quem vive na cidade ir ao interior e ver um fogão de lenha pela primeira vez. Ver que o cheiro da comida é diferente. Se entrar numa padaria, o cheiro do café é diferente. A gente às vezes vai num lugar em que tem um pouco mais de experiência, um pouco mais de vivência e quando a gente olha aquilo, a gente vê com os olhos um aprendizado de que aquilo é algo que agrega muito valor. Muita história.E é isso que devemos trazer para o turismo regional. Por exemplo, eu sou um colecionador de cachaça e a cada garrafa tenho alegria de ver sua história. E depois, você acredita que o sabor da cachaça fica diferente? A mesma coisa acontece com o café, depois que você vê a história do café e daquele produtor, quando você toma o café, o sabor muda, pois você se envolveu na história”, relata Paulo Arruda.

 

Sim, pois quando você conhece a história daquilo que é produzido, além do trabalho, seja no plantio, colheita e produção, você percebe o amor que envolve todo o processo e passa a valorizar mais o produtor rural, o vinicultor ou o profissional que está entregando aquela experiência à você.

 

HOBBY

 

E nas horas vagas, Paulo Arruda deixa seu lado artístico entrar em cena, visto seu hobby envolver arte, cultura e boa música, que encanta os amigos.

Na pandemia resolveu tirar o sonho do papel e divulgá-lo nas redes sociais, através do programa Música e história.

 

E explica, “sempre fui muito fã de música e de cinema. E a gente não pode ver as duas coisas separadas. Eu acho que a gente vai ficando mais velho, né Adriana, e consegue ver uma coisa mais sistêmica. Ou seja, 99% da população olha o turismo, sem olhar a cadeia produtiva dele. Quando você começa a olhar a horizontal e não a vertical do processo, você começa a ver a riqueza que nossa região tem. E a integração disso para mim, é criar através das músicas e enviar uma mensagem, seja de alegria, de tristeza, de emoção é tudo o que sempre sonhei, desde moleque. E aí, na época da pandemia, eu que sempre tocava e cantava em rodinha, comecei a questionar: Por que será que essa pessoa escreveu essa letra. E aí comecei. Nesse momento os amigos falaram assim: vamos fazer uma Page, um programa de músicas e histórias. E surgiu o programa A música e suas histórias. E uma das primeiras músicas que a gente fez foi Chalana. A hora que você começa a entender toda a história da música, você vê que coisa bacana que é. Mostra a garota que ele conheceu no rio Paraguai, e que foi embora. E aí eu comecei a pesquisar. Hoje, nós temos no site mais de trezentas músicas, em que conto sua história, toco, canto e coloco alguns vídeos da música. E claro, como cenário, tenho o meu particular com várias garrafas de cachaça. E você sabe, isso tem muito a ver com turismo de experiência também. Tanto que fui convidado e estou indo agora, sexta feira, 06 de fevereiro de 2025, para Botucatu, e vou tirar umas fotos e te mandar, de uma nova rota que eles estão lançando lá, a rota da música caipira. Rota mesmo, rota turística da Música Caipira e eu vou estar indo para ajudar e ser um dos avaliadores”, comemora. 

 

FESTIVAL GASTRONÔMICO

Nesse momento, Adriana Fagundes convida Paulo Arruda para ser jurado do Festival Gastronômico, que vai acontecer em Sertãozinho, em junho de 2025 e que está sendo organizado pela Rota do Turismo.

“Ah, eu vou com o maior prazer. Eu sou muito amigo de vários sertanezinos, entre eles: o próprio Paulo Galo, que é o Secretário de Desenvolvimento e hoje é um empreendedor, o Carlos Liboni, que é uma pessoa que eu tenho uma gratidão muito grande no coração. Bom, mas eu vou esquecer de muita gente. Mas, eu tenho uma grande quantidade de amigos aí. E eu acho que Sertãozinho, tem um potencial enorme para contar as histórias da cana, da energia alternativa, de como toda essa história começou, e isso é muito importante os jovens entenderem. Tudo como que a gente está colocando no turismo, desde o Proálcool, nos anos setenta, até hoje. E por isso, Sertãozinho é um case de sucesso no Brasil e até mesmo o governador esteve aqui falando sobre a cidade”, finalizou.

 

MUDANÇA DE CULTURA

 

E quando a Rota do Turismo enfatiza que a cultura deve começar nos primeiros anos de escola, para que a população saiba o que é o turismo e quais os benefícios que traz para a cidade e a própria população, Paulo Arruda traz um exemplo que aconteceu no município de Altinópolis, interior de São Paulo.

“Eu tenho um caso, quando o ex-prefeito de Altinópolis era o Nanão, lá atrás. Um dia, ele colocou numa sala de aula, umas duzentas crianças e perguntou assim: quem daqui quer se formar e ir para uma cidade grande, ser médico, ser isso ou aquilo e ganhar o mundo.  As duzentas crianças levantaram a mão. Aí ele perguntou: E quem aqui gostaria de ficar em Altinópolis e dar prosseguimento no trabalho de turismo, levar a oportunidade de divulgar o Bassano Vaccari, e de conhecer isso ou aquilo e tal. Nenhuma criança levantou a mão. Ele virou para mim e falou: Paulo, ao mesmo tempo, eu tenho que olhar esses dois clientes. Aquele que quer ir embora e está fazendo de tudo para ir e a cidade não pode perder essa oportunidade, bem como aquele que não quer ficar aqui. Nós precisamos trabalhar, de forma que a gente mude essa realidade e, começa pela cultura do jovem. O jovem tem que valorizar o seu local, sua comunidade e sua cidade”, relembrou Paulo Arruda.

 

E nesse momento, como CEO da Rota do Turismo, fico encantada, em ver que estamos no aminho certo, ao apresentar aos gestores públicos, essa oportunidade, de trabalhar a cultura local e regional, e incentivar a geração de emprego e renda nos pequenos municípios, através do turismo, para que os jovens não precisem mais sair da sua casa, ao lado da família, para buscar trabalho nas grandes cidades ou capital.  

 

TURISMO RURAL

“Nossa região é muito forte no turismo rural e o agronegócio é a oportunidade do mundo. A tecnologia do agronegócio é a oportunidade para o mundo. O rio, a preservação, as pessoas têm que começar a ver isso. Temos que pegar o Case de Brotas, o case de Sertãozinho e começar a ver um novo mundo, próximo da sua casa. Não precisa ir para Europa. Não precisa ir para os Estados Unidos, temos muita coisa boa aqui. Então eu quero deixar assim. A gente quer começar esse ano com o pé direito. A Fabiana é a responsável pelos nossos projetos aqui na região de turismo, junto com as mulheres, e estamos trabalhando com as mulheres. Queremos, principalmente, que os municípios, tenham uma vocação maior. A gente quer aproximar do poder público, do poder privado e ajudar as empresas a começar a trabalhar. E você está convidada para ser parceira nossa, para nos ajudar num projeto desse. A gente quer valorizar sim e deixar um legadozinho para que a gente não mude conforme mude o governo, mas, que cada vez mais a governança esteja unida, para que essas oportunidades possam transformar isso em dinheiro, que é o mais importante”, esclarece Paulo Arruda.

FORTALECIMENTO DO TURISMO REGIONAL BRASILEIRO

E finaliza convidando a todos, "entre no nosso canal, peça sua música e venha conhecer um pouquinho da nossa história", finaliza Paulo Arruda. 

Veja a entrevista completa, no vídeo, e as oportunidades de negócios para consultores e empresários.

Aos consultores, faça já sua inscrição aqui. 

E, aos empresários, uma nova oportunidade de negócios, aproveitem!

 

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