RESULTADO DA MOBILIZAÇÃO DO ROTARY INTERNATIONAL NO RS

Durante o período 2023-24, o Rio Grande do Sul passou por três eventos climáticos que causaram muitos transtornos e perdas, sendo que o último deles, a tragédia provocada pelas enchentes ocorridas entre abril e maio deste ano, já é considerado a maior catástrofe climática da história do país.

Institutos meteorológicos atestam que a quantidade de chuva foi tanta entre os dias 1° e 2 de maio que sete municípios do estado entraram no ranking mundial de localidades com maiores índices pluviométricos.

O cenário era de destruição e dor, com diversas regiões isoladas. Estima-se que 478 dos 497 municípios gaúchos foram atingidos pelas chuvas, que afetaram a vida de mais de 2,4 milhões de pessoas, número correspondente a mais de um quinto da população local.

Compartilhando a liderança dessa mobilização, os cinco distritos do Rotary no Rio Grande do Sul (4660, 4670, 4680, 4700 e 4780) entraram em ação imediatamente, criando linhas de atendimento às comunidades para supri-las de suas necessidades mais urgentes. Os distritos abriram quatro centros de distribuição em cidades estratégicas do estado: Caxias do Sul, Lajeado, Santa Maria e a capital, Porto Alegre. Nesses locais, nossos associados receberam, separaram e distribuíram milhares de toneladas de doações de alimentos e água, além de móveis, roupas e outros itens.

No início de maio, foi criado um PIX unificado coordenado pelos distritos gaúchos para receber doações em dinheiro. A iniciativa angariou o montante de R$ 2.546.481,60, dividido em cinco parcelas iguais de R$ 509.296,32.

 Esses recursos foram repassados pelas governadorias dos distritos aos clubes, que os aplicaram em projetos destinados à compra e à distribuição de móveis, eletrodomésticos, roupas de cama e banho, material escolar, alimentos, água, material de construção, kits de higiene pessoal e limpeza, aquisição e montagem de uma lavanderia comunitária e a instalação de um sistema de rádio e comunicação para os bombeiros do município de Agudo, além dos custos com o transporte das doações.

Os Rotary Clubs do Rio Grande do Sul tiveram um papel fundamental nas ações para minimizar o sofrimento das pessoas atingidas pelas inundações. Entrando em ação para detectar as necessidades de cada comunidade e atendê-las, levando em conta não apenas aquilo que poderia ser feito para minimizar a dor da perda de bens materiais e, em muitos casos, de pessoas queridas, nossos associados se uniram para ajudar o próximo, demonstrando interesse e expressando sinceridade, solidariedade e amor. Foram muitas as vezes em que, abraçados, os rotarianos choraram com as pessoas atendidas e puderam compartilhar o sentido de humanidade e humildade que trazemos em nossos corações.

Nós outros, que estávamos longe do Rio Grande do Sul e dos rotarianos gaúchos, também nos unimos à sua dor e resignação. Procuramos de todas as maneiras mostrar nossa solidariedade, participando de campanhas de arrecadação de produtos diversos e enviando nossos melhores esforços. Mostrando ao mundo o grande coração do povo brasileiro e do nosso rotarismo, não caímos na terrível armadilha da indiferença.

FUNDAÇÃO ROTÁRIA EM AÇÃO

Acionada pelos rotarianos, a Fundação Rotária prontamente se fez presente. Na verdade, isso já havia sido demonstrado em dois episódios de menor impacto no Rio Grande do Sul anteriores às enchentes de abril e maio, quando as demandas dos distritos afetados foram atendidas com recursos financeiros dos Subsídios para Assistência em Casos de Desastres.

A partir de propostas apresentadas pelos distritos gaúchos naquela ocasião, entre março e outubro de 2023 a Fundação aprovou seis projetos de US$ 25 mil cada e um sétimo, no valor de US$ 17.990, totalizando US$ 167.990, como demonstra o quadro a seguir.

Em reação à tragédia deste ano, a Fundação Rotária criou o Fundo de Resposta às Enchentes no Apros, que arecadou o comespondente US$ 395.468. Veja no quadro a seguir os nove projetos aprovados e realizados com esses recursos.

Diante da tragédia, os rotarianos brasileiros, em especial os do Rio Grande do Sul, uniram-se e entraram em ação imediatamente para socorrer as comunidades do estado.

Porém, passados oito meses e a comoção inicial, há outras demandas que precisam ser atendidas. O cenário agora é de pós-guerra e muitas pessoas que moram nas regiões atingidas com mais intensidade precisam reestruturar suas vidas.

No final de outubro, estive em Porto Alegre e, ao lado de companheiros do distrito 4680, visitei algumas ilhas da região metropolitana que seguem tomadas pela areia, com casas destruídas e pessoas vivendo em situação de muita dificuldade. Na ocasião, foram entregues 80 kits com geladeiras, fogões e colchões e mais 15 kits contendo fornos, formas e outros equipamentos e utensílios destinados a um grupo de mulheres confeiteiras que assim poderão seguir exercendo sua profissão e sustentando suas famílias.

De fato, muitos seguem precisando de apoio, mas agora também é necessário realizar ações estruturantes para que essas comunidades possam voltar à vida normal.

Portanto, os rotarianos, o Rotary e a Fundação Rotária continuarão tendo um papel fundamental por meio da realização de projetos sustentáveis com recursos dos Subsídios Globais, dentro das áreas de enfoque, que certamente serão executados.

Somos pessoas em ação e juntos seguiremos fazendo com que Magia do Rotary da rossa Fundação Rotária aconteça, ajudando a transformar muitas vidas.

Fonte: Paulo Eduardo de Barros Fonseca - coordenador regional da Fundação Rotária para a região 31 e esteve à frente da comissão nacional criada pelo Rotary para prestar auxílio ao Rio Grande do Sul.

Matéria publicada na Revista Rotary Brasil.