Além dos caminhos de Drummond, Itabira (MG) conta agora com circuito de arte urbana

O MAPA foi finalizado e com isso a cidade ganhou obras permanentes que formam uma grande galeria de arte a céu aberto, com murais e instalações públicas assinados por Kobra, Mag Magrela, Millo, Zéh Palito, Bolinho e Bracher

Out 30, 2023 - 08:44
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Além dos caminhos de Drummond, Itabira (MG) conta agora com circuito de arte urbana
Thiago Santos Kobra
Além dos caminhos de Drummond, Itabira (MG) conta agora com circuito de arte urbana
Além dos caminhos de Drummond, Itabira (MG) conta agora com circuito de arte urbana

Com a realização do MAPA (Mostra de Arte Pública) na última semana, Itabira (MG) ganhou uma belíssima galeria de arte pública a céu aberto. Nomes fortes do cenário assinam os murais e instalações públicas como Kobra, Mag Magrela, Millo, Zéh Palito, Bolinho e Bracher. Valorizando a cultura popular, as comunidades e a arte contemporânea, a cidade mineira ganhou obras permanentes que passam a fazer parte do roteiro turístico e cultural do local. Muito conhecida e visitada por ser a terra natal de Carlos Drummond de Andrade, agora, além dos caminhos Drummondianos, que têm como objetivo principal possibilitar maior contato do público com a poesia de Drummond e algumas de suas inspirações, o público terá a oportunidade de apreciar um circuito de arte urbana. 

As pinturas e instalações públicas estão localizadas em diversos pontos da cidade. A obra de Kobra faz referência ao ilustre itabirano Carlos Drummond de Andrade e foi desenvolvida em uma empena de 32 metros de altura no Hotel IT - Avenida Duque de Caxias, 1220, Centro. A de Mag Magrela está localizada na avenida Carlos Drummond de Andrade, 50, Centro), Millo na avenida João Pinheiro, 475, Centro e Zéh Palito na Travessa da Saúde, 2, Centro. Artistas locais que foram selecionados pela convocatória exclusiva para artistas itabiranos, também participaram da mostra. Annosca, Confuso, Gus Pucci e Lolly & Lourena pintaram o muro da EEMZA, uma das principais escolas de Itabira - Rua Irmãos D’Caux, 100, Centro. Além disso, dois murais dos artistas Drin Cortes e Thiago Alvim foram inaugurados como surpresa e estão localizados no Hotel Itabira - R. Tiradentes, 113, Centro e na Av. João Pinheiro, 634, Centro, respectivamente. Ao todo, foram cerca de 900 m² em área pintada, com aproximadamente 50 horas de trabalho de pintura em cada obra, em sete murais permanentes.

Já Raquel Bolinho e Carlos Bracher criaram instalações públicas, ambas também em homenagem ao poeta itabirano. Bolinho fez uma escultura inédita de 3,5 metros de altura de um Bolinho representando Drummond menino e está instalada na praça da EEMZA. A instalação é um presente para a cidade e ficará permanentemente exposta. Vale destacar que essa é a primeira instalação feita por um grafiteiro brasileiro para ser exibida permanentemente em um mesmo local. Drummond sempre fez oposição artística, ambiental e filosófica contra a mineração e destruição do Pico do Cauê. Bracher ilustrou o pico antes e depois da sua destruição. Essa é uma das ilustrações que ganharam grandes dimensões em uma instalação site specific criada para a fachada da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, no centro de Itabira. A obra do Bracher fica em exibição no local por um mês.

“Estamos muito felizes com a primeira edição do MAPA, que certamente ajudou a colocar Itabira no mapa da arte urbana brasileira. A gente conseguiu fazer uma entrega linda, com mais de sete obras permanentes, transformando a cidade numa grande galeria a céu aberto, em um circuito de arte pública que é possível ser feito totalmente à pé”, comenta Juliana Flores, uma das curadoras do MAPA.

O evento contou ainda com uma programação ampla, gratuita e para públicos de todas as idades. Além das pinturas e instalações públicas, foram realizadas oficinas de grafitti com Bolinho e Mag Magrela – cada uma das oficinas gerou mais um mural, pintado coletivamente pelos participantes, em territórios descentralizados da cidade –,  bate-papo do projeto “Sempre Um Papo” com o muralista Kobra, intervenções urbanas e oficina de Tagtool (desenho com luz), ambas com o VJ Suave, intervenções poéticas pela cidade, sarau de poesia e uma festa de encerramento com sete horas de programação que contou com dois DJ’s, Batalha de Freestyle e quatro shows, entre eles Mac Julia e Lamparina. Cerca de duas mil pessoas participaram da festa.

O Festival teve um impacto positivo na cidade. “As pessoas estão amando, já estão olhando os prédios imaginando que são telas à espera de novas obras. Cada um se relacionou de uma forma única com as obras, escolhendo as suas preferidas. É muito lindo e emocionante ver o impacto positivo da arte no dia a dia das pessoas e as novas cores que a cidade ganhou com as obras”, destaca a curadora.

Ainda de acordo com Juliana, o festival ajuda a cidade construir uma nova identidade. “Se Itabira foi desenvolvida com sua história atrelada à mineração e também claro, marcada pelo seu itabirano mais famoso, Drummond, que foi homenageado em algumas obras do MAPA, hoje a Itabira está olhando para o futuro e construindo uma cidade mais acolhedora, mais afetiva, uma cidade que quer sonhar, quer construir uma história que transcende a mineração, que valoriza seu povo, sua origem e sua diversidade. E eu acho que o MAPA, esse grande circuito de arte pública, colabora para isso”, finaliza

De acordo com a organização do festival, cerca de 80 mil pessoas foram impactadas indiretamente pelas obras, cerca de 60 profissionais foram contratadas de forma direta, sendo que 50% profissionais naturais ou residentes de Itabira e cerca de 70 fornecedores foram envolvidos, sendo mais de 60% de Itabira.

“Para Itabira o Mapa é um divisor importante para o que estamos construindo. O evento é um sucesso estrondoso, com repercussão nacional e o nome da cidade sendo divulgado nos quatro cantos do país. A população teve contato com grandes nomes das artes urbanas, artistas da cidade puderam contribuir também com essa construção coletiva. É a confirmação da vocação de Itabira como um ambiente cultural e turístico e um marco para uma cidade que busca uma nova reinvenção. Estamos muito satisfeitos com todo o legado do Mapa e já pensando o evento do ano que vem”, acrescenta o prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage.

O festival MAPA Itabira foi realizado pela Prefeitura de Itabira e Associação Cultural Casinha, com produção e curadoria da Pública Agência de Arte e parceria do Consulado da Itália em Belo Horizonte.

 

Os murais

 

*Confidências do Itabirano

Kobra

It Hotel Itabira - Av. Duque de Caxias, 1220 - Esplanada da Estação

32m de altura x 7,50m de largura

240m² de área de pintura

 

*A Fuga da Terra

Mag Magrela

Itaurb - Av. Carlos Drummond de Andrade, 50 - Centro

10,40 de altura x 8,78m de largura

92m² de área de pintura

 

*S/título

Millo

Av. João Pinheiro, 475 - Centro

aproximadamente 17m de altura x 21m de largura

aproximadamente 373m² de área de pintura

 

*Black Love/Amor Preto

Zéh Palito

Praça da Saúde, 2 - Centro

7m altura x 11m de largura

77m²

 

*DiVersos

Annosca, Confuso, Gus Pucci, Lolly e Lourena | Artistas convocatória

EEMZA - R. Irmãos D'Caux, 100 - Centro

2,75m de altura x 29,77m de largura

81,86m² de área de pintura

 

*Coração itabirano

Drin Cortes

Hotel Itabira - R. Tiradentes, 113 - Centro

Drin 3m de altura x 1m de largura

3m²

Fonte e fotos: Assessoria de Imprensa

*S/ título

Thiago Alvim

Av. João Pinheiro, 634. Centro.

4m de altura x 8m de largura

32m²

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